O problema do livre arbítrio
Ações humanas não livres
“Algumas pessoas pensam que nunca é possível fazermos qualquer coisa diferente daquilo que de facto fazemos neste sentido absoluto. Reconhecem que aquilo que fazemos depende das nossas escolhas, decisões e desejos e que fazemos escolhas diferentes em circunstâncias diferentes: não somos como a terra, que roda no seu eixo com monótona regularidade. Mas afirmam que, em cada caso, as circunstâncias que existem antes de agirmos determinam as nossas ações e tornam-nas inevitáveis. (…)
Se estivesse determinado à partida o que as pessoas fariam, seria inevitável: não poderiam ter feito outra coisa, dadas aquelas circunstâncias prévias. Portanto, como podemos achar que são responsáveis?”
Thomas Nagel, Que quer dizer tudo isto?
Ações humanas livres
“Quando alguém se esforçar por te negar que nós, seres humanos, somos livres, aconselho-te a que lhe apliques a prova do filósofo romano. Na Antiguidade, um filósofo romano estava a discutir com um amigo que negava a liberdade humana e garantia que, para todos os homens, não há maneira de evitar fazer o que fazem. O filósofo pegou no seu bastão e começou a dar-lhe pauladas com toda a força que tinha. «Já chega, não batas mais!», dizia-lhe o outro. E o filósofo, sem deixar de surrá-lo, continuou a argumentar: «Não dizes que não sou livre e que quando faço uma coisa não posso evitar fazê-la? Pois então não gastes saliva a pedir-me que pare: sou automático.» Até que o amigo reconheceu que o filósofo podia livremente deixar de bater-lhe, e só então o filósofo deu descanso ao seu bastão. A prova é boa, mas só deves administrá-la em casos extremos e sempre com amigos que não saibam artes marciais.”
Fernando Savater, Ética Para um Jovem
Determinismo
“O passado controla o futuro.
Não podemos controlar o passado.
É também impossível controlar o modo como o passado controla o presente e o futuro.
Logo, não podemos controlar o presente nem o futuro.
De