O primeiro ano de vida

RESENHA
O primeiro ano de vida

No livro “O primeiro ano de vida” o autor René A. Spitz se propõe a entender o que acontece na relação mãe e filho desde o primeiro ano de vida do bebê, também pretende esclarecer como essas relações contribuem para o desenvolvimento psíquico e somático da personalidade. O autor considera o recém-nascido como “uma totalidade indiferenciada em muitos aspectos. Várias funções, estruturas, mesmo as pulsões instintuais, serão diferenciadas progressivamente a partir dessa totalidade” (p.5), ele diz que esse processo de diferenciação se inicia como resultado do processo de maturação e desenvolvimento. No primeiro capítulo o autor afirma que, a maior parte do primeiro ano de vida é dedicada ao esforço de sobrevivência e durante esse período o bebê é indefeso e incapaz de sobreviver sozinho, portanto tudo que faltar à ele será suprido pela mãe (cuidador). O resultado disso é uma relação complementar chamada ‘díade’. Na díade, um vínculo que antes era puramente biológico vem se transformar na primeira relação social do indivíduo. O recém nascido vive em um ambiente que o autor classifica como: “sistema fechado”, que consiste somente em dois componentes conhecidos, são eles: a mãe e o bebê.
O livro mostra que o crescimento e desenvolvimento do setor psicológico são essencialmente dependentes das relações objetais que ocorrem no início da vida. A relação objetal tem três estágios: pré-objetal, estágio precursor do objeto e o estado do próprio objeto libidinal. O estágio pré-objetal coincide mais ou menos com o narcismo primário, é um estágio de não diferenciação. Nesse estágio o recém-nascido não consegue distinguir uma coisa da outra, ou seja, não consegue distinguir uma coisa externa de seu próprio corpo e portanto não experimenta o meio que o cerca como sendo separado dele mesmo....