o medo

Me lembro até hoje do dia em que numa aula fui o único contra e todos meus colegas eram a favor... Não época não sabia realmente muito sobre o tema, mas me opus para ver o que dava e porque me intrigava um consenso tão amplo numa sala que vivia de panelinhas e diversas divisões. Sabia que uma opinião tão homogênea não podia fruto de sua própria reflexão. Com certeza vinha de outro lugar, mas de onde?... Hoje ainda não tenho todas as respostas, porém tentei esboçar um texto a respeito.

Todas as pessoas têm algum medo, seja de baratas, do escuro ou do medo. O que esses três pavores têm em comum é que eles se devem a causas naturais. No entanto, ultimamente o medo mais claro que vejo é o medo das pessoas. E nem estou falando da falta de confiança no próximo, de vermos os outros como potenciais inimigos e a individualização acentuada, todas causadas pelo "sucesso" que temos que alcançar dentro do capitalismo. Falo aqui do medo, da insegurança, da sensação de ser atacado, violado. Esse medo que não é natural, é criado e reforçado todos os dias.

Desde "O Príncipe" de Maquiavel se sabe que se governa ou por consenso ou coerção e que é melhor ser temido do que amado. E isso é aplicado muito bem pelas classes dominantes no controle das massas. Mas afinal, como se cria o medo? Bom, vamos começar do começo. Se é medo da violência, vamos falar da gênese desta.

Afinal de onde vem a violência? Bom, dizem que algumas pessoas tem um "mau caráter" de nascença. De forma alguma posso concordar com isso. Até porque o que é "bem" e o que é "mal" nos é ensinado. (Bom, pelo menos eu achava certo bater no meu irmão até que me disseram o contrário, para ficar num exemplo simples.) Mas imagine que não há ninguém para te dizer o "certo" e o "errado". Supomos que seja uma criança sem pais. Ou pior, com pais que não são exatamente “bons exemplos”. Se fosse espancado (e enfatizo o espancado antes que digam que um tapinha não dói) todo dia, certamente guardaria um rancor interno. Ou quando