O ensino da lingua materna nas escolas
Língua materna (também língua nativa) é a primeira língua que uma criança aprende e que geralmente corresponde ao grupo étnico-linguístico com que o indivíduo se identifica culturalmente. Por exemplo, uma criança descendente de portugueses mais facilmente irá adotar a língua que os seus pais utilizam devido às suas origens. Em certos casos, quando a criança é educada por pais (ou outras pessoas) que falem línguas diferentes, é possível adquirir o domínio de duas línguas simultaneamente, cada uma delas podendo ser considerada língua materna, configura-se então uma situação de bilinguismo.
A expressão língua materna provém do costume em que as mães eram as únicas a educar os seus filhos na primeira infância, fazendo com que a língua da mãe seja a primeira a ser assimilada pela criança, condicionando seu aparelho fonador àquele sistema linguístico.
A aquisição da língua materna ocorre em várias fases. Inicialmente, a criança regista literalmente os fonemas e as entonações da língua, sem ainda ser capaz de os reproduzir. Em seguida, começa a produzir sons e entonações até que seu aparelho fonador permita-lhe a articular palavras e organizar frases, assimilando contemporaneamente o léxico. A sintaxe e a gramática são integradas paulatinamente dentro deste processo de aprendizagem.
Desde a colonização, a imposição de uma língua e a forma da sua verbalização e posterior escrita, tem sido uma cruel realidade em nossa sociedade e conseqüentemente, no ensino em nossas escolas. Muito se tem estudado sobre este assunto e é louvável a busca por uma superação dessa realidade, principalmente, pelos os quais chamarei de “translingüistas”. São estudiosos da linguagem que, insistentemente, estudam, pesquisam, discutem e escrevem sobre paradigmas, variações e preconceitos lingüísticos, e outras discussões que dizem respeito ao universo da fala e da escrita, buscando transgredir a formalização imposta, bem como, os ditames