O crescimento das igrejas pentecostais e evangélicas nos meios de comunicação brasileira
Walmir Ferreira de Almeida
Em 1987 a tese de doutorado de Délcio Monteiro de Lima, “Os demônios descem do norte”, descrevia o crescimento das Igrejas Pentecostais no Brasil, e a influencia que recebiam de suas matrizes norte Américas. Lima defendia a tese que o objetivo desses movimentos era enfraquecer o poder dos movimentos progressistas da Igreja Católica e das Igrejas Protestantes tradicionais simpáticas a Teologia da Libertação, que apresentava uma visão religiosa de esquerda marxista. Vinte e cinco anos depois acompanhamos um crescimento significativo desses movimentos na mídia brasileira. Pentecostais, Neo-pentecostais e Evangélicos ocupam cada vez mais espaços na mídia, adquirindo redes de rádios, canais de TV e comprando horários em emissoras abertas e fechadas. O resultado é o aumento significativo do número de seus fieis, e sua influencia no comportamento, lançando moda, estilos, ídolos, e movimentando o chamado “mercado religioso”, promovendo o enriquecimento de suas instituições, e até aumentando sua representação e participação na política, claramente visível no aumento da bancada Evangélica no Congresso Nacional nas ultimas eleições. O objetivo deste resumo é iniciar um estudo para compreender como se deu este movimento nos meios de comunicação, seus precursores, sua evolução nos últimos cinqüenta anos, as mudanças de concepções ideológicas e religiosas, e apresentar um panorama da realidade atual. Para dar cabo deste trabalho outros estudos sobre o movimento pentecostal contemporâneo no Brasil serão necessários, “Teatro, Templo e Mercado” de Leonildo Silveira Campos é um deles, além de uma revisão sobre história da religião a partir da reforma protestante, e fundamentações teóricas sobre comportamento e religiosidade.
Palavras chave: RELIGIÃO, MIDIA, PENTECOSTALISMO,