o conceito de indústria cultural
Naqueles anos sombrios do nazismo na Alemanha, Teodor W. Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin e outros estudiosos da Escola de Frankfurt se empenhavam em compreender a nova realidade social gerada pela chamada “era do capitalismo monopolista avançado”, cujo processo era observado por Karl Marx e F. Engels desde a segunda metade do século XIX. Os filósofos tentavam problematizar a política, a arte, o modo de vida e o destino do homem na modernidade, contemplando a crescente importância dos fenômenos de mídia e da cultura de mercado. Suas abordagens críticas ao logos instaurado pelo “mundo administrado” e à submissão humana aos ritmos maquínicos do trabalho e dos negócios, não deixaram de englobar o poder crescente das corporações de mídia sobre toda a experiência social.
Os frankfurtianos desenvolveram um método marxista modificado, que abarcava principalmente ramos da filosofia, história, ética, psicossociologia e estética. Eles fizeram duras reprovações às tendências das pesquisas em comunicação então vigentes, em especial as norte-americanas, apontadas por eles como subservientes aos interesses do sistema dominante do poder político e econômico. Ambos denunciavam a aderência a métodos de diagnóstico que visavam simplesmente a identificar e a reduzir o ser humano à mera condição de cliente, consumidor e número em estatísticas de mercado ou eleitorais.
O principal legado dos filósofos para os estudos em comunicação diz respeito a forças subjacentes à lógica da racionalidade tecnicista, da padronização e da mercantilização que passaram a orientar a criação da arte e dos chamados bens culturais. Vale relembrar que o termo inicial “cultura de massa” (1937) foi posteriormente substituído por “indústria cultural” (1947) para evitar o sentido comum de uma cultura que brota espontaneamente do povo. O jargão “mass media” foi refutado pelos autores, porque as massas, para a gigantesca máquina midiática, seriam apenas um