O cerradpo

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O Parnasianismo deve ser entendido como o ápice de um longo processo derealização ao sentimentalismo piegas e à frouxidade dos versos dos últimosromânticos. Esta reação inicia-se no Brasil desde os anos 60, por influência daQuestão Coimbrã e da conseqüente publicação de obras realistas na poesia portuguesacomo Visão dos Tempos, de Teófilo Braga (1864) e Odes Modernas de Antero deQuintal. O momento crucial da luta contra o “uso profissional e imoderado daslágrimas” que “ofende o pudor dos sentimentos mais sagrados, segundo a expressãode Leconte de Lisle, é quando, em 1878, os novos desfecham contra os velhos umaviolenta campanha em versos agressivos de má qualidade pelas páginas do Diário doRio de Janeiro. Os poetas de então, cujos nomes se acham hoje em sua maioria nomais solene esquecimento devido à fraqueza inconteste de um homem de gêniochamado Artur de Oliveira. A essa altura os epígonos românticos mais visados pelosdefensores da IDÉIA NOVA eram Rosendo Munis e Melo Morais. Falou-se também,sempre em versos, contra “Abreus e Varelas”, “As Falenas do Assis” e a “Nebulosa”,de Joaquim Manuel de Macedo. Esta polêmica ficou conhecida como A BATALHADO PARNASMO, assim chamada por travar-se em versos. De parnasianismo, noentanto nada tinha o ideal que os impulsionava: poesia participante que pregasse a justiça, a república fraternal e exaltasse o progresso, realizada, aliás, antes deles comtalento e de maneira convincente por um romântico chamado Castro Alves. A IDÉIA NOVA dilui-se também numa certa poesia científica que encontra em Martins Júnior seu defensor mais aplaudido e imitado.O Parnasianismo, tal como hoje o concebemos, só se definiria, no entanto, nadécada de 80 (séc. XIX), com poetas de talento, porém, não de gênio, como Albertode Oliveira (Meridionais, 1884), Raimundo Correia (Versos e Versões, 1887) e OlavoBilac (Poesias, 1888). Estes, fiéis seguidores da Arte pela Arte de Theóphile Gauthier,dariam a feição mais característica à nossa poesia anti-romântica,

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