O ato fotográfico

940 palavras 4 páginas
Em A Câmara clara, Roland Barthes tenta decifrar o enigma que é a fotografia e os verdadeiros motivos pelos quais as fotos são teoricamente objetivas, mas na prática se tornam completamente subjetivas e passíveis a múltiplas interpretações. Barthes está certo de que toda foto representa um fato que realmente ocorreu. Essa certeza não existe mais no século XXI, já que a tecnologia permite forjar fotos em programas de computador e admiti-las como verdadeiras.
O semiólogo afirma que é difícil falar da Fotografia e que discorrer sobre uma única foto é menos complicado. Na realidade, o difícil é generalizar uma forma de arte que “repete mecanicamente o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente” e que ao mesmo tempo produz uma imagem vazia e sem linguagem própria. A conclusão a que se chega é que as fotos não têm uma identidade robusta e não necessitam apenas do dedo do fotógrafo na câmera – seja ele profissional ou amador – para se concretizar.
Para Roland Barthes, nem sempre as fotos se “concretizam”, pois há aquelas que não lhe transmitem sentimento algum, apenas um vazio. Em contrapartida, há fotos que existem e isso ocorre devido à presença de dois elementos heterogêneos: o studium, o motivo pelo qual o autor se interessa por uma foto, e o punctum, um elemento que punge como uma flecha, que transpassa e escandaliza o studium.
Apesar disso, até hoje há dúvidas sobre o “gênio próprio” da fotografia, ou seja, se ela realmente existe e se sustenta. Na sociedade pós-moderna em que se vive – na qual a imagem tem valor maior que a essência verdadeira de tudo –, a fotografia não é um grande vazio, e sim um elemento concreto do cotidiano das pessoas. Não se imagina nem ao menos ler um jornal se nele não há nenhum tipo de ilustração. As pessoas são dependentes da imagem, valorizando-a mais que as palavras.
As imagens se banalizaram e, atualmente, não se pensa mais nas diferentes formas de percepção da fotografia. Cada foto pode ser objeto de três práticas, de

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