ARENDT, Hannah. A condição Humana. Rio de Janeiro: Forense, 1989. p. 15 – 30.
NOTA DE LEITURA A autora Hannah Arendt, no livro A condição humana, o qual terá um breve trecho resumido nesta nota, trata de destrinchar a expressão condição humana, isto é, dissertar a respeito das condições, do conditio sine qua non da vida humana, adentrando as condições básicas (as que não escolhemos), e perpassando pelas dispensáveis, e as que tornamos necessárias para nós.
As três atividades citadas pela autora (labor, trabalho, e ação) e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais gerais da existência humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor assegura não apenas a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. O trabalho e seu produto, o artefato humano, emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter passageiro da vida humana, e a ação, é aquela que confere ao homem, o que o faz diferente dos outros animais, a singularidade, a individualidade, o que garante que nenhum homem seja igual a outro que exista, tenha existido ou venha a existir.
A expressão vita activa, compreendendo todas as atividades humanas e definida do ponto de vista da absoluta quietude da contemplação, corresponde, portanto, mas à askholia grega (ocupação “desassossego”) com a qual Aristóteles designava toda atividade, que ao bios politikos dos gregos.
Se o uso da expressão vita activa, tal como aqui o proponho, está manifesto conflito com a tradição, é que duvido, não da validade da experiência que existe por trás desta distinção, mas da ordem hierárquica que a acompanha desde o início.
Sobre os conceitos de imortalidade e eternidade há também um conflito, um diálogo em torno da vida ativa que privilegia três categorias: a memória, a narração e a imortalidade. Categorias que destacam a ação no mundo. A imortalidade se impõe como aquilo que está sendo perpetuado no tempo pela memória e pela narração. A noção que