A produção de sentidos na sociedade capitalista
“Já não consumimos coisas, mas somente signos”. Partindo desta afirmação de Jean Baudrillard (1991), sociólogo e filósofo francês, iniciamos aqui uma breve discussão sobre a produção de sentidos na cultura capitalista. O indivíduo senhor de si, autogestionário, é um sonho antigo da humanidade. No entanto, somente com os adventos revolucionários do século XVIII, o homem pôde, então, vislumbrar tal completude. Através de processos produtivos industrializados, independentes do indivíduo e capazes de atender desde as mais ínfimas necessidades às mais complexas, reacendem-se as chamas da esperança, tendo em vista o discurso corrente que requer um indivíduo que seja unidade de corpo e mente. A divisão do trabalho encerrada no modo de produção capitalista faz aflorar características que tornam o homem social e individual simultaneamente. Essas individualidades são as forças essenciais à construção da riqueza social. As relações do homem com a sociedade, pouco a pouco vão se modificando. Suas necessidades e relações de consumo também. Nos primórdios do homo-sapiens, o consumo era vinculado à sobrevivência. O homem matava para se alimentar e para vestir a pele dos animais, a fim de se aquecer no frio, mantendo-se vivo. Esse pensamento foi a base das relações sociais de muitos séculos, mas veio a cair por terra pouco a pouco, e com o advento do Capitalismo, acabou por se modificar. A automatização gerou um excedente de produção que precisava ser vendido, era necessário que o indivíduo “coisificado” pelo mercado, fruto desse processo produtivo estratificado, sentisse a necessidade de “usufruir” de seu próprio trabalho. As relações pessoais se modificam. O “ter” por sobrevivência já não supre as necessidades básicas do ser humano. É preciso acumular, ostentar, desfrutar a vida em sua plenitude. O consumo deixa de ser somente de valores de uso, de utilidades materiais, passa-se a