a possibilidade de pensar a mimese em Platão

1 INTRODUÇÃO.

As indagações advindas das inquietações que o ser humano em sua complexa odisséia existencial estabelece reflete a necessidade de o homem buscar compreender aquilo que lhe é apresentado de modo quase que enigmático. Essa condição força-o, sobremaneira, a ir ao encontro do desconhecido na tentativa de desvendá-lo. Nesse sentido, propomos um estudo que trata da possibilidade de pensar a mimese em Platão e de suas implicações para a contemporaneidade.
A diversidade de sentidos que a arte (tecné/poiesis) possui desde os primórdios da humanidade até os dias atuais mostra o quanto ela é imprescindível para a vida da espécie humana em sua inteira racionalidade, pois, fala aos nossos sentimentos e à nossa fantasia satisfazendo a necessidade de beleza que todos os homens sentem, mesmo os mais rudes e selvagens. Essa condição a ela atribuída favorece um amplo debate cuja proposta inicial é colocá-la em um espaço de reflexão onde a investigação acerca de sua natureza possibilite-nos pensá-la dentro de um escopo onde seja possível evidenciá-la não somente como uma imitação em terceiro grau da realidade conforme já sinalizara o imensurável discípulo de Sócrates – Arístocles - popularmente conhecido como Platão ao analisá-la segundo o aspecto pictórico (pintura / escultura), mas, também, discorrer de modo critico-reflexivo acerca da influência que a mesma pode exercer sobre o comportamento das pessoas a partir do aspecto poético (música / poesia). É a partir desse ponto que apresentamos o tema – A possibilidade de pensar a mimese em Platão. Cabe aqui, portanto, considerar a partir do tema proposto que o principal problema a ser pensado não diz respeito somente à conceituação da mimese enquanto cópia da realidade, mas, da influência que a mesma pode provocar no comportamento das pessoas. Assim sendo, vale enfatizar que essa problemática indica de maneira sórdida a possibilidade de reflexão acerca de como podemos definir a mimese em Platão e por que ela é