A política nacional de inclusão escolar e a educação especial

10990 palavras 44 páginas
Resumo
A proposta do presente artigo é analisar alguns aspectos referentes às políticas públicas de inclusão de crianças especiais, mais especificamente de crianças surdas. A partir de algumas considerações, propor-se-á uma reflexão sobre as diferenças implicadas na educação de surdos que passam a ser confrontadas com as propostas atuais de inclusão. Ater-se-á primeiramente a caracterização das diferenças com base na análise do discurso dos próprios surdos e de “ouvintes”. Posteriormente, apresentar-se- á uma análise das implicações lingüísticas, situando-as, sempre que possível no contexto sócio-cultural da educação de surdos. Propor-se-á, finalmente, o reconhecimento pelas diferenças nas práticas de ensino. As discus- sões travadas situam-se no campo dos estudos surdos , ou seja, um novo campo teórico que prima pela aproxi- mação com o conhecimento e com os discursos sobre a surdez e sobre o mundo surdo (SKLIAR, 1998).
A política nacional de inclusão escolar e a educação especial
Contrário ao modo como muitos definem surdez – isto é, como um impedimento auditivo – pessoas surdas definem- se em termos culturais e lingüísticos. (WRIGLEY 1996,p. 13)
As políticas nacionais de inclusão escolar estão baseadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação do Brasil (LDB, Lei 9394/1996) que define Educação Especial como a modalidade escolar para educandos “portadores de necessidades especi- ais”, preferencialmente na rede regular de ensino (Capítulo V, artigo 58). Nesse sentido, os representantes do governo evocam a Declaração de Salamanca, docu- mento elaborado por ocasião da Conferência de Salamanca realizada na Espanha de 07 a 10 de junho de 1994 com a presença de mais de 392 representações governamentais, entre elas representantes brasileiros e mais de 25 organizações in- ternacionais com representantes da UNESCO e das Nações Unidas.
A política de inclusão escolar tem como objetivo a promoção da educação para todos. Na prática, as políticas quase ignoram, ou talvez,

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