A parábola Diante da Lei

1229 palavras 5 páginas
A visita à catedral, que supusera determinada por interesse profissional, agora parecia haver sido armada pelo sacerdote que o teria convocado: "(...) Fiz com que vieses aqui (...) para falar contigo."{P.236} O sacerdote da catedral, que interpela Joseph K. por seu nome próprio, declara-se diretamente como o capelão do presídio (P. 236). Assim, ante o protesto de Joseph K. de ser inocente, contesta ser deste modo que "os culpados costumam falar" (P.237).
A parábola "Diante da Lei."
Diante da lei há um guarda.
Um camponês apresenta-se diante deste guarda, e solicita que lhe permita entrar na Lei. Mas o guarda responde que por enquanto não pode deixá-lo entrar.
O homem reflete, e pergunta se mais tarde o deixarão entrar.
— É possível — disse o porteiro, mas não agora.
A porta que dá para a Lei está aberta, como de costume; quando o guarda se põe de lado, o homem inclina-se para espiar. O guarda vê isso, ri-se e lhe diz:
— Se tão grande é o teu desejo, experimenta entrar apesar de minha proibição.
Mas lembra-te de que sou poderoso. Eu sou somente o último dos guardas.
Entre salão e salão também existem guardas, cada qual mais poderoso que o outro.
Já o terceiro guarda é tão terrível que não posso suportar seu aspecto.
O camponês não havia previsto estas dificuldades; a Lei deveria ser sempre acessível para todos, pensa ele, mas ao observar o guarda, com seu abrigo de pele, seu nariz grande e como de águia, sua barba longa de tártaro, rala e negra, resolve que mais lhe convém esperar.
O guarda dá-lhe um banquinho, e permite-lhe sentar-se a um lado da porta. Ali espera dias e anos. Tenta infinitas vezes entrar, e cansa ao guarda com suas súplicas.
Com freqüência o guarda mantém com ele breves palestras, faz-lhe perguntas sobre seus país, e sobre muitas outras coisas; mas são perguntas indiferentes, como a dos grandes senhores, e para terminar, sempre lhe repete que ainda não pode deixá-lo entrar.
O homem, que se abasteceu de muitas coisas para

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