A hora da estrela
A Hora da Estrela foi o último livro da autora publicado em vida. O narrador do romance é Rodrigo S. M. Dessa forma, ele se coloca como um dos personagens centrais do romance, já que dialoga o tempo todo com o leitor sobre o estilo de sua narrativa. Sua personagem-protagonista é Macabéa (Maca), após a morte de seus pais, quando tinha dois anos de idade, Maca fora criada por uma tia beata, a qual nela muito batia. De Alagoas, a protagonista muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a viver com mais quatro colegas de quarto (todas Marias) na rua do Acre. Trabalhava como datilógrafa, profissão da qual tinha muito orgulho. Era virgem, e nunca, até Olímpico de Jesus, possuíra um namorado. Este, também nordestino, procurava a ascensão social, assim como ela tinha o sonho de ser uma “estrela de cinema” (daí o título do livro). Por não terem a ambição em comum, Macabéa perde-o para sua amiga de trabalho (e única), Glória, a qual possuía os atrativos materiais que ele sonhava.
Por conselho de Glória, Macabéa vai procurar ajuda em uma cartomante, a vidente prevê que a vida da nordestina mudaria a partir do momento em que saísse de sua casa. Esta também foi a primeira vez em que Macabéa encorajou-se para ter esperança. Um homem estrangeiro, alourado, “de olhos azuis, ou verdes, ou castanhos, ou pretos” (p. 77) apareceria em sua vida, casar-se-ia com ela. Ironicamente, a protagonista sai da casa de Madame Carlota e é atropelada por um Mercedes Benz. Consolida-se a “hora da estrela” de cinema, quando ela vai ser “tão grande como um cavalo morto”: ferida, a personagem vomita uma “estrela de mil pontas” e morre.