A história silenciada
Historia Silenciada
Desde que o homem se fixou na terra e com o surgimento das primeiras instituições, o poder pertenceu aos homens. Essa tradição tornou-se mais dura pra a mulher durante a Idade Média, período em que ela se encontrava totalmente submissa ao pai, e depois ao marido. As causas históricas mais conhecidas da submissão da mulher ao homem são a constituição da família, à qual se vincula a conservação e a transmissão da propriedade.
Com o uso de uma prática de generalização, historiadores do século XX têm silenciado e apagado a participação das mulheres na historiografia sobre a Idade Média. A partir da análise de textos retirados da "História da Vida Privada", referente ao período medieval (Duby e Ariès [orgs], 1990), é possível notar como a historiografia tradicional tem obscurecido a existência e atuação das mulheres medievais. Baseando suas investigações em textos da época, em sua maioria escritos por homens, padres e moralistas e construindo uma imagem unívoca das mulheres, transformando a pluralidade de mulheres "reais" em uma única Mulher, modelo a ser seguido, os historiadores desenvolvem uma imagem cristalizada e naturalizada das mulheres, eliminado assim, a multiplicidade da história.
Tentar conhecer as mulheres, em um dado momento do período medieval, através da literatura existente hoje, é, no mínimo, uma grande aventura, e é muito difícil encontrar grande número de estudos sobre o assunto. Nas obras de autores consagrados, como Jacques Le Goff, Marc Bloch e outros, as mulheres têm uma ínfima visibilidade, muitas vezes dividida com as crianças, relegada ao mesmo estatuto de mera coadjuvante da história, entre páginas e mais páginas sobre as classes e o governo dos homens.
Mito da feminilidade
Ao tratarmos do Mito da Feminilidade devemos levar em consideração que não há uma mulher com características universais nesse mundo. Portanto, jamais podemos dizer que é a natural que a mulher seja assim, que a mulher é