Resenha do livro: carneiro, maria luiza tucci. livros proibidos, idéias malditas: o deops e as minorias silenciadas.

1134 palavras 5 páginas
CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Livros Proibidos, Idéias Malditas: o DEOPS e as minorias silenciadas. 2ª Ed. ampl. – São Paulo: Ateliê Editorial, PROIN – Projeto de Integração do Arquivo do Estado / USP; FAPESP, 2002

A historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, em Livros proibidos, Idéias Malditas, mostra como o Estado republicano, foi responsável pela mutilação da cultura nacional interferindo, negativamente na construção da cidadania brasileira. O Estado, censor por natureza, utilizou-se da violência física e simbólica, para coibir a produção intelectual do país, proibindo a circulação e efetivando a apreensão de livros em todo o país. O Estado utilizou-se de todo o aparato policial representado na figura do Departamento Estadual de Ordem Política e Social o DEOPS, órgão criado em 1924 e que foi extinto em 1983, cujo objetivo era sustar a propagação de idéias revolucionárias. Endossando o discurso ordenador e saneador do regime oficial, exerceu uma das mais expressivas formas de controle sobre as atividades clandestinas de intelectuais, gráficas, editoras e livreiros do país. As autoridades policiais buscaram purificar a sociedade, por meio da censura preventiva e punitiva, cujo objetivo era impedir a circulação de “idéias perigosas”. Neste sentido, até os anos 1980, os livros apreendidos eram considerados provas materiais da “trama articulada contra o regime”. Deste modo, a destruição de livros pelo DEOPS, processava-se em etapas distintas, onde primeiro proibia-se a sua circulação, seguidos pela apreensão e destruição de todos os seus exemplares. Durante o governo Vargas (1930-1945) a purificação ideológica atingiu todo o país, e livros perigosos foram caçados em todo o território nacional. Tucci Carneiro afirma que foi durante os anos 1930 e 1940 que a censura se processou “enquanto fenômeno da história cuja delimitação, uso e introjeção emerge, interligada ao conceito de criminalidade política”. O governo estadonovista buscava deste modo, a

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