a dimensão implícita do discurso

Introdução

Em todos os atos interativos, que se processam por meio de diferentes gêneros textuais, os interagentes necessitam fazer suposições para desvendar diferentes graus de implícitos nas sequências linguísticas. Esse preenchimento das lacunas no sentido do texto é realizado por meio de operações, com base tanto em dados expressos linguisticamente, quanto nos que estão implicitados no discurso.
Sabe-se que a linguagem humana não objetiva apenas a uma tradução direta do real, mas é o lugar de sua transformação no mundo significado discursivamente, o que se faz por meio de interações sociais, constituição de identidades e negociação de sentidos do texto e tudo isso com a participação ativa dos interlocutores. Nesse sentido, todo processo de leitura pressupõe uma troca de informações, uma interação por intermédio de operações estratégicas usadas para a decifração de conteúdos implicitados.
Para tanto, este artigo apresenta uma breve abordagem sobre a dimensão implícita do discurso, bem como os tipos de implícitos que nele se encontram.
Para melhor apresentar este estudo utilizamos o gênero charge e tiras dos quais, iremos analisar com base nos estudos feitos.
A partir desta análise e exemplificação através do gênero escolhido, pretendemos mostrar que interação verbal concerne à competência dos interlocutores para tomar decisões sobre o que explicar e o que deixar explícito, pois o fato de usar ou não o implícito faz parte da nossa comunicação diária e já o fazemos tão automaticamente que não nos damos conta da dimensão que ele tem no ensino de Língua Portuguesa, uma vez que o estudo é geralmente focado para o “escrever gramaticalmente correto”, sendo que isso não é o suficiente para um texto bem escrito.
Neste artigo pretendemos explorar essa dimensão na língua, pois partimos do princípio de que uma interação é formada por pares (locutor e interlocutor), no qual o primeiro supõe partilhar com o segundo o mesmo conhecimento sobre o que está sendo