A Cultura Do Novo Capitalismo

Na introdução de seu livro “A cultura do novo capitalismo”, Richard Sennett apresenta ao seu leitor a abordagem de sua narrativa. Sua argumentação se inicia através de uma caracterização do homem moderno ideal. Resume tais características em três: manter relações sociais de curto prazo e ter capacidade de estar sempre migrando, uma vez que no novo modelo capitalista em que vivemos, nada é certo e de longo prazo; desenvolver capacidades e talentos de acordo com as mudanças da realidade; desapegar-se do passado, pois só obtém sucesso aquele que se mantém renovado e atualizado com o mundo em sua volta – sempre olhar para frente.
Sennett, primeiramente, foca no assunto da burocracia no capitalismo e as suas transformações desde a Revolução Industrial. No começo destaca que o capitalismo tem por característica ser sempre um sistema inconstante. O sucesso do capitalismo se dá pela inconstância, pelo contrário indica uma economia estagnada, sem sucesso. Se presume esta estagnação da economia porque uma vez que o capitalismo é um sistema que necessita de novidades e renovações para se manter influente, as pessoas sempre se manterão atualizadas. A ausência de oscilações e instabilidade traria à consciência a fraqueza do capitalismo, ou seja, sua falta de influência no cotidiano.
A teoria de Max Weber sobre a militarização dos modelos de organização dentro das corporações, também é discutida pelo autor. A aplicação deste modelo de organização resulta em corporações que possuem seu corpo de funcionários dividido, onde cada ocupa uma posição com uma determinada função. Assim, cada funcionário percebe sua importância individual, ou seja, percebe que pode fazer a diferença. Estar em uma posição, praticando uma função determinada dentro da sociedade, projeta um individuo menos propenso a se revoltar, ou mostrar-se insatisfeito quanto ao seu trabalho, diferente daquele que não possui noção clara de sua posição na sociedade.
“O tempo está no cerne deste capitalismo social