a comuna de Paris

"Estamos aqui pela humanidade!"
Viva a Comuna de Paris de 1871!*
Paulo Barsotti**

“Os proletários da capital, em meio às fraquezas e às traições das classes governantes, compreenderam que era seu dever imperioso e direito absoluto tomar nas mãos os seus destinos e assegurar-lhes o triunfo, conquistando o poder”.
Da Proclamação do Comitê Central da Guarda Nacional - 18 de março de 1871

Resumo:
Este artigo pretende trazer à memória os acontecimentos históricos que culminaram com a primeira conquista do poder pelos trabalhadores, o que implica, necessariamente, a reflexão de conceitos que nas últimas décadas foram varridos do horizonte social pela crítica liberal.

A história dos trabalhadores e em especial de seus movimentos revolucionários, como é bem sabido, está submetida em escala planetária à
“conspiração do silêncio”. Fato exemplar desta ignorância histórica deliberada, seja pela “história oficial” ou, o que é mais grave, minimizado ou romantizado por facções do próprio movimento dos trabalhadores, é a Comuna de Paris de
1871. Um verdadeiro manto de obscurantismo cobre os acontecimentos da primeira revolução proletária da humanidade.
Comemorar os 130 anos da Comuna de Paris, é recolocar na pauta teórico-prática a perspectiva da revolução emancipadora do trabalho, idéia malbaratada e varrida do horizonte social nas últimas décadas, alimentada pelo fracasso das experiências estalinistas – a forma dominante do socialismo do século XX – e pela objetiva hegemonia liberal-burguesa. Se as revoluções sociais do século XX, anti-capitalistas e anti-imperialistas, mas de base social dominante dos expropriados do campo, obtiveram um êxito inicial de conquistas sociais, de negação do capitalismo e da propriedade privada, não
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Este artigo incorpora intervenções realizadas nas comemorações dos 130 anos da
Comuna de Paris, em 2001 e 2002, e o artigo, revisto e ampliado, "O pesadelo do estado e do capital", publicado pela Revista Brasil Revolucionário n.29, em 2001.
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