Zelig

. Desesperado para ser aceito pelos outros, ele vai a extremos para se tornar um na multidão. Este desejo é realizado, formalmente, por meio de uma série de efeitos de laboratório surpreendentes pelo qual o personagem de Allen é perfeitamente misturados com imagens de arquivo dos anos 1930: Zelig é um documentário ficcional de Woody Allen, lançado em 1983. É uma obra bastante impressionante pela criatividade e as ácidas críticas que Allen dispara sobre a sociedade. O documentário narra a história de Leonard Zelig (Woody Allen), o "homem-camaleão" que sofre de uma estranha psicopatologia: toda vez que ele intarage com alguém, tranforma-se para ficar igual a ela. Em um círculo de intelectuais, ele se torna intelectual; em um círculo de criados com pouca instrução, se comporta como um deles. Ele chega até a ter suas características físicas alteradas: por exemplo, quando conversa com obesos, ele mesmo se torna obeso! Seu caso chama a atenção dos médicos, entre ele a psiquiatra Eudora Fletcher (Mia Farrow). Ela descobre, utilizando hipnose, que isso acontece porque Zelig tem um imenso desejo de ser aceito pelos outros e de não se sobressair. (alguns spoilers abaixo)

Tudo começou quando, na escola, colegas conversavam sobre o livro Moby Dick, que ele não tinha lido. Com medo de ser inferiorizado por ser diferente, ele fingiu que conhecia a obra. A partir daí, começou sempre a se modificar de acordo com as pessoas que interagia, procurando sempre agradá-las, sempre se apresentando como um igual. Uma bela crítica ao nossos mecanismos sociais, onde muitas vezes o sujeito se anula para ser aceito e passar despercebido pelos outros, pois o diferente é condenado. No entanto, em um momento do tratamento conduzido pela Drª Fletcher, o extremo oposto também se torna problemático: Zelig passa a ser egocêntrico e a não tolerar opiniões diferentes, mostrando a importância de um determinado nível de sociabilidade