Vidas Secas

Cenário geral
No palco: Um painél com um Juazeiro seco e urubus ao fundo, elementos que simbolizem a seca também podem ser utilizados. Há refletores/luzes que podem focar o palco
No auditório: Grande buraco na parede tapado com um painel estilo muro, pichação “Mais amor por favor” “O Amor e importante porra!”, janelas e outras passagem de luz tapadas com cartolinas/tnt pretos para escurecer o auditório, estes por sua vez cobertos de papeis de anúncios colados(estilo parada de onibus), grande parte deles com frases “Mais amor por favor” “O Amor e importante porra!”ou similares, ambientando uma cidade, diversos mendigos pedindo dinheiro e chacoalhando moedas em potes de alumínio durante toda a peça, na parte imediatamente em frente ao palco(na muretinha) também há pichações e/ou anúncios colados, há também um luz que pode focar essa parte.
1ª Cena : Mudança
José(um dos mendigos) se direciona para a muretinha(o palco estará com cortinas fechadas se houverem), a luz acende focando-o ele começa a falar: “Ofertas, Gestos Oferta/Gestos, Páginas Autográfas./Ponte 2/Que é o interesse do leitor,/Pela vida do autor que ele leu?/E dos demais consumidores de tudo/Que o homem fez?” Ass. O condicionado. Boa noite, venho hoje lhes contar a história de Fabiano,de sinhá Vitória, do menino maior,do menino menor e de cachorra Baleia, história essa que foi escrita, e somente escrita, por Graciliano Ramos, sua autora é o bater de asas que anuncia a destruição, são as arribações, a miséria e a seca viradas em vida, e a estas autoras, eu lhes garonto, interessa a qualquer um conhecer.
As cortinas abrem a luz em José esmaece a ascende-se no palco entram Fabiano, sinhá Vitória o menino maior, o menino menor e a cachorra Baleia, enquanto José fala
José continua a falar do escuro: Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos.Ordinariamente andavam pouco, mas a viagem progredira bem três léguas.