Vestido de noiva
* A obra * Gênero dramático * “Vestido de noiva” e a tragédia. * “Vestido de noiva”: a mulher reprimida.
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A obra.
A peça “Vestido de noiva”, de Nelson Rodrigues, marcou a história da drama-turgia nacional. A primeira montagem, em dezembro de 1943, deu início ao processo de modernização do teatro brasileiro. Essa era a segunda peça escrita por Nelson.
“Vestido de noiva” é uma leitura sempre retomada, uma obra de 1943, mas que ao mesmo tempo é muito atual.
Sob a batuta da audaciosa direção de Zbigniew Marian Ziembinski, em1943, sobe aos palcos cariocas, peça que estaria destinada a ficar na história da dramaturgia brasileira pela radical mudança temática e de montagem que introduziu.
Experiente encenador, Ziembinski deu forma ao texto de Nelson. Seu rigor na encenação, com a exigência de ensaios constantes, levou a concepção brasileira de teatro a novos níveis.
“Vestido de Noiva” é uma peça em que o afastamento do decoro ao invés de distanciar o espectador, aproxima ainda mais.
Foi também uma revolução no cenário e no modo de fusão de vários tempos num mesmo espaço. Valoriza-se a fala despojada das classes médias urbanas. “No plano da expressão das personagens, Nelson desenvolve uma sábia petulância, concisa e imediatista, que põe o leitor ou o espectador diretamente no coração dos grandes dramas do adultério e da transgressão do desejo, onde sempre se avoluma uma impressão do ordinário e do desbocado.” As inovações estruturais de Vestido de Noiva são infinitas. Foi graças a ela que o Brasil perdeu seu complexo de inferioridade dramatúrgica e que o teatro conseguiu ingressar no domínio da literatura.
Gênero dramático
Um simples fragmento de Vestido de Noiva nos põe em contato direto com a natureza do gênero teatral:
“CLESSI (microfone)—Talvez você não tenha assassinado seu marido.
ALAÍDE (microfone) — Mas eu me lembro! Foi com um ferro — bati na base