uma pioneira

1-Uma pioneira
Teresina, despontar do século XX. Jovens iniciam suas trilhas que significaram suas vidas através da vivencia dos papéis femininos tradicionais- mãe, esposa e dona-de-casa, como também pelo experienciar de outras possibilidades que a inserção da cidade na modernidade vai edificando no cenário urbano. Dentre essas, destaca-se a ampliação do acesso á escola, visto que, nesses anos, por um lado, vai se consolidando o sistema escolar. Dessa maneira, a educação formal feminina vai se tornando objeto de reflexão de intelectuais livres-pensadores, de representantes da Igreja Católica, bem como de algumas jovens que anseiam ter acesso á educação formal. A partir da década de 1910 algumas jovens dos segmentos sociais mais abastados deslocam fronteiras quanto á formação, ingressando na Escola Normal Oficial. Para que se compreendam nuances do deslocamento que a escolarização feminina, mediante a Escola Normal Oficial, promoveu, no âmbito da educação das mulheres, faz-se necessário discorrer a respeito dos significados da educação feminina e masculina nesse cenário. Iniciemos uma reflexão, tomando por trajetória educacional da imigrante libanesa Isabel Sadi.No inicio do século XX, começam a chegar ao Piauí imigrantes sírios e libaneses, que se firmam como comerciantes nas cidades de Teresina e Floriano. Em 1913, Isabel Sadi, de família libanesa, que emigrara para Teresina, em 1909, aos 11 anos de idade, ingressava na recém-criada Escola Modelo Artur Pedreira, que funcionava anexa á Escola Normal Oficial. Essa escola tinha como função a preparação de meninas para serem aproveitadas pela Escola Normal Oficial, mas também de possibilitar a prática pedagógica das estudantes do curso Normal. A menina Isabel Sadi, no entanto, não chega a concluir o primário, estudando menos de um ano, visto que a irmã que a criava, dera á luz a duas meninas, ela precisou sair da escola para ajudar a cuidar das sobrinhas recém-nascidas. Diante desse acontecimento, a trajetória de