THOMAS HOBBES X JOHN LOCKE
ESTADO DE NATUREZA
O conceito de estado de natureza diz respeito às condições e características pré-sociais dos indivíduos, quando ainda isolados e apartados da idéia de sociedade civil. A partir de uma necessidade de auto-preservação e em razão da legitimação de um poder absoluto sobre a própria liberdade, os indivíduos aceitam e passam a formar um corpo político representado pela figura de um soberano. No entanto, os pensadores empiristas Thomas Hobbes e John Locke conceberam o conceito de estado de natureza de maneiras muito diferentes, inclusive com visões quase antagônicas sobre os motivos que levariam os homens a abrirem mão de sua liberdade para tornarem-se, de maneira consensual, um Estado Civil.
THOMAS HOBBES
Para Hobbes, o estado de natureza é sinônimo de estado de guerra, do homem contra o homem e do mais forte dominando o mais fraco, num ambiente sem quaisquer garantias da manutenção do poder, que não as alcançadas por intermédio da força. Sobre o estado de natureza de Hobbes, diz a professora Marilena Chauí:"A concepção de Hobbes (no século XVII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar." (CHAUÍ, 2000, Pág. 220).
Assim, entende-se o estado de natureza em Hobbes como uma guerra constante, de regiões em constante conflito, do sobrepujo de um individuo sobre outro. Nessas circunstâncias, o que conta é a lei da selva e