suspeita de infarto

1. Introdução

A doença cardiovascular aterosclerótica (DCV) é a principal causa de morte no mundo moderno e ocasiona 17 milhões de óbitos ao ano. 1 Apesar de elevada, nas últimas duas décadas esta taxa de mortalidade vem apresentando declínio progressivo como resultado de avanços na prevenção, no diagnóstico e em seu tratamento. Contudo, projeções da Organização Mundial de Saúde apontam que a DCV continuará sendo a principal causa de morte no mundo durante os próximos dez anos, e os países em desenvolvimento, serão os que mais contribuirão para a persistência desta estatística. 2
No Brasil, desde a década de 60, as DCV também são a principal causa de morte, e respondem atualmente por 32% da mortalidade total em nosso país. A doença cerebrovascular (AVC) e a doença arterial coronária (DAC) são as principais etiologias, e desde o ano de 2005 o Brasil apresenta a DAC como a principal causa de mortalidade entre as DCV, equiparando-se aos países desenvolvidos. 3 Além da mortalidade elevada, as DCV também se caracterizam por uma alta taxa de ocupação hospitalar e consequentemente, gastos excessivos do sistema de saúde. Elas representam a segunda causa mais frequente em hospitalizações entre os homens no Brasil, consumindo 20% de todo o orçamento do Sistema Único de Saúde com internações hospitalares. 4,5 Dados apontam que tanto para o governo federal como para o setor privado, o tratamento é comparativamente mais caro do que o realizado em países desenvolvidos.6
Estima-se que a prevalência da DAC seja entre 5% a 8% da população brasileira com idade acima de 40 anos, e ocorram anualmente no Brasil, entre 300.000 a 400.000 casos de infarto agudo do miocárdio, ocasionando 58.000 mortes. 7
Indivíduos do sexo masculino, entre os 30 e 60 anos de idade, comparativamente mais jovens do que a população de países desenvolvidos, e oriundos das menores classes sociais, são os mais frequentemente acometidos. 6,8
O principal e mais temido quadro clínico da DAC é a síndrome