Sumak Kawsay

1937 palavras 8 páginas
Sumak kawsay. Nem melhor, nem bem: viver em plenitude. Entrevista especial com Esperanza Martínez
Sábado, 24 de julho de 2010
Já dizia Thomas Merton: "Nenhum homem é uma ilha". Vivemos em comunidade, sejam elas locais ou nacionais. Mas, acima disso, somos filhos de uma mesma Mãe Terra, a Pachamama, como a chamam os índios andinos. Em outras palavras, pertencemos a uma comunidade mais ampla, que abrange todas as comunidades: a natureza.

Por isso, um desafio ético que a situação atual nos coloca é retomar os vínculos com a terra e a natureza. Nesse sentido, os índios andinos também oferecem uma outra perspectiva, formulada no conceito "sumak kawsay", que, aportuguesado, se aproxima de "bem viver". Mas, para a bióloga equatoriana Esperanza Martínez, "o bem viver é mais do que viver melhor, ou viver bem: o bem viver é viver em plenitude".

É possível fazer isso hoje, dentro de nossas condições sócio-culturais? "Como diria Bolivar Echeveria – afirma Martínez –, `viver no e com o capitalismo não significa viver para e pelo capitalismo`". Por isso, defende a estudiosa, precisamos reconhecer que, muito acima do dinheiro, nossa riqueza é a própria natureza: precisamos aprender "a viver na e com a natureza e para e por ela", afirma.

Esperanza Martínez é bióloga equatoriana e fundadora da ONG ambiental Acción Ecológica, com sede em Quito, noEquador. Ela também é especialista em auditoria ambiental e petróleo, tendo co-fundado a Oilwatch, uma rede internacional de organizações que defende os ecossistemas delicados e os direitos das populações indígenas contra o impacto da extração de petróleo. No ano 2000, Martínez recebeu o Prêmio Casa de la Cultura Ecuatoriana e, em 2002, o Prêmio Internacional Alexander Langer, concedido pela fundação italiana homônima, que, dentre outras coisas, homenageia pessoas que defendem os direitos dos grupos minoritários.

Como consultora da Assembleia Constituinte do Equador em 2008, Martínez trouxe para o debate as questões do meio ambiente e

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