Sociologia do trabalho
2. Se observarmos a sociedade moderna, é evidente que, para sobreviver, a grande maioria das pessoas é forçada a vender sua força de trabalho. Todas as capacidades físicas e intelectuais dos seres humanos, suas personalidades reais, que poderiam ser acionadas para produzir coisas úteis, só podem ser usadas se elas são vendidas ou trocadas por salários. A força do trabalho é uma mercadoria como as outras. A existência da troca e do trabalho assalariado parece normal e inevitável. Contudo, a introdução do trabalho assalariado exigiu violência e foi acompanhada por conflitos sociais. A separação dos trabalhadores dos meios de produção, que se tornou um fato da vida, aceito como tal, foi o resultado de uma longa evolução e se realizou pela força.
A contínua diferenciação interna do conjunto dos trabalhadores assalariados, assim como a erosão das fundações políticas e culturais de uma identidade coletiva centrada no trabalho, ampliaram estes dilemas das formas contemporâneas do trabalho assalariado a tal ponto, que o fato social do trabalho assalariado, ou a dependência em relação ao salário, não constitui mais o foco da identidade coletiva e da divisão social e política. Com relação a seus conteúdos objetivos e subjetivos de experiência, muitas atividades remuneradas pelo salário têm pouca coisa em comum além da palavra "trabalho".
3. O mundo do trabalho tem sofrido profundas transformações nas últimas décadas: mudanças na estrutura ocupacional; mudanças na natureza e