Sociolinguistica interacional

Suzan Urmston Philips, em sua obra a Sociolinguistica Interacional, aborda a importância do ouvinte/ interlocutor no processo de comunicação através do estudo de dois grupos distintos: os anglo-americanos e um grupo de índios norte-americanos. Investigando o papel ativo do ouvinte na interação, ela busca reavaliar o conceito de muitos estudiosos que apontavam o processo de linguagem como sendo algo universal, mostrando também a integração da linguagem verbal e não-verbal em um único sistema de organização, além de explorar o que é culturalmente variável neste âmbito. Buscando uma maior especificidade dos grupos estudados - geralmente pessoas brancas de classe média - devido ao fato de que a familiarização dos envolvidos é de suma importância para os estudos, a sala de aula é um dos cenários de pesquisa da linguista, que ressalta o quão melhor os membros da reserva indígena se prestam à identificação detalhada devido a sua homogeneidade.

O trabalho tem como base inicial autores que avaliam a troca de falante, o número de pessoas a falar por vez, a interferência na fala, a transição brusca, a escolha do próximo a explanar por parte do locutor, além da variabilidade do tempo de conversação, características estas que a autora questiona devido ao fato de que tais apontamentos foram feitos somente com base no falante e na estrutura verbal, não levando em consideração a comunicação não-verbal, através da qual o ouvinte se comunica e o falante demonstra que está passando a palavra a outrem ou que espera algum tipo de reação através da chamada ratificação do interlocutor, a qual pode ser feita via direcionamento do olhar ou até mesmo através de outros mecanismos de categorização. A estudiosa aponta ainda que o interlocutor ratificado compreende o falante diferentemente do interlocutor não-ratificado, isso se deve ao fato de que o locutor possui a capacidade de controlar a interação e definir o quanto algumas pessoas podem falar, contudo o número de falas independe do