Soberania de deus
A missão do povo de Deus, em resposta ao agir de Deus no mundo, é multidimensi onal e integral, nas palavras do lema evangélico “todo o Evangelho, para o ser hu mano como um todo, a todo o mundo, para todas as pessoas.” Muitas são as ativi dades ministeriais que compõem a missão do povo de Deus, e é necessário que te nhamos critérios teológicos sólidos que nos permitam definir prioridades e estabele cer hierarquizações dos ministérios da missão. O propósito deste estudo é refletir sobre dois critérios teológicos presentes no Antigo Testamento, que podem nos aju dar a organizar a atividade missionária da Igreja. 1. A benignidade de Javé e a libertação humana Na reflexão teológica latino-americana, o êxodo é uma das chaves da leitura do Anti go Testamento, e um dos eixos da sua teologia. Certamente “não foram as comuni dades latino-americanas que descobriram a centralidade do êxodo. Esta é uma con quista da teologia bíblica internacional” (SCHWANTES, M. “Teologia Bíblica junto ao povo”in Teologia do Povo, no. 3 da revista Estudos da Religião, CEPGCR, São Ber nardo do Campo, p. 51). O que caracteriza a teologia latino-americana em sua apro priação do êxodo é que o mesmo é lido realistica e conflitivamente, ou seja, é lido em sua concreticidade de luta de um povo oprimido pela sua libertação. Esta é a no vidade fundamental da teologia latino-americana (seria melhor dizer teologias latinoamericanas): o êxodo é um evento histórico, social, concreto e deve ser lido como tal, não podendo ser espiritualizado ou mesmo reduzido a uma função tipológica dentro do “drama histórico da salvação”. Ler o êxodo historicamente significa lê-lo como evento libertador de escravos, de pessoas oprimidas por um sistema político injusto. A questão em jogo aqui não é semântica ou meramente teórica. Deriva, sim, da prá xis missionária de inúmeras comunidades cristãs latino-americanas. Em um conti nente pobre e dependente, redescobre-se a