Skinner

Contexto Histórico

No final da década de 60 surgem no Brasil os primeiros projetos de ensino de Física nacionais, como o PEF (Projeto de Ensino de Física), PBEF (Projeto Brasileiro de Ensino de Física) e o FAI (Física Auto-Instrutivo), produzidos respectivamente pelo Instituto de Física da USP, pela FUNBEC (Fundação Brasileira de Educação e Cultura) e pelo GETEF (Grupo de Estudos em Tecnologia do Ensino de Física). Apesar do PEF e do FAI terem inicio na USP, apenas o PEF foi financiado por outras instituições ligadas ao desenvolvimento do ensino.

A idéia do FAI surgiu em 1965, quando os autores Fuad Daher Saad, Kazuo Watanabe e Paulo Yamamura começaram a dar aulas na rede pública. Era o início da Ditadura Militar no Brasil e a universalização do ensino dava os primeiros passos. A maioria dos textos da época era de má qualidade ou tinha um conteúdo inacessível aos estudantes do ensino médio. Até mesmo o PSSC, que era um material diferenciado para a época, estava fracassando nas escolas por não se adequar à realidade brasileira, exigindo uma carga de leitura a qual os alunos daqui não estavam habituados. Em todo caso, os textos não tinham papel fundamental nas aulas, mas sim a explicação do professor, que ministrava as tradicionais aulas expositivas. A evasão era grande nas escolas.

Os autores, diante deste cenário, começaram a desenvolver o FAI como um projeto independente, a fim de utilizá-lo em suas próprias aulas. Os três haviam cursado a disciplina de Tecnologia do Ensino de Física, com o professor Cláudio Z. Dib, que apresenta, entre outros conteúdos, os fundamentos da Instrução Programada de Skinner. O FAI foi escrito então como um material que aplicava o modelo de ensino proposto por Skinner ao ensino de Física. Foram três anos de trabalho até a conclusão do texto.

Em 1968, o mercado editorial tomou conhecimento da existência do projeto e procurou o grupo, a fim de publicá-lo. Haviam visto no FAI a vantagem de este poder ser aplicado mesmo