Sistema de gestão da cadeia de suprimento e distribuição
O processo de produção na sociedade contemporânea passa por uma transição: de uma sociedade industrial para uma sociedade cada vez mais amparada no digital, seja na internet, nas comunicações eletronicamente mediadas, no wireless e nos telefones móveis. Nesse mundo novo, que agrega preferências e comportamentos de milhões de pessoas, indivíduos são mais livres e independentes do Estado e das corporações hierarquizadas que definiram o período industrial.
Um dos principais referenciais desse pensamento é o livro The Wealth of Networks:
How Social Production Transforms Markets and Freedom (2006), traduzido livremente para “A riqueza das redes – Como a produção social transforma os Mercados e a Liberdade”, de Yochai Benkler, professor da Escola de Direito de Harvard. O título remete propositalmente ao clássico, publicado originalmente em 1776, A Riqueza das Nações, de Adam
Smith, pai da economia moderna e um dos principais teóricos do liberalismo econômico.
Benkler indica um novo formato para a célebre metáfora da “mão invisível1”, introduzida por Smith para explicar a auto-regulação do capitalismo através da liberdade de competição e da lei da oferta e da procura. Smith parte de uma teoria da natureza humana, na qual os homens voltados para seus próprios interesses são conduzidos por uma “mão invisível” e, sem saber e sem pretender isto, realizam o interesse da sociedade. Estes mesmos homens, que agem segundo sua liberdade e pensam exclusivamente no próprio lucro, é que são os motores do desenvolvimento social. A “mão invisível” é o interesse próprio.
Um dos principais pontos de The Wealth of Networks está na inversão fundamental: as forças e as capacidades humanas deixam de ser meios de produzir riqueza; elas são a riqueza. Não é o dinheiro o fator organizador da produção individual ou entre pares, mas o desejo de comunicar, de agir