Sincretismo Religioso

Texto reflexivo sobre a possibilidade e a forma de abordar o tema sincretismo religioso na sala de aula, baseado no artigo “Sincretismo Religioso: uma forma de resistência dos escravos no Brasil, .

Falar de tráfico africano de escravos e formas de escravização no Brasil já é prática corrente nas escolas de ensino fundamental e ensino médio brasileiras. No entanto, os livros didáticos trazem apenas a representação da vitimização do escravo africano nas terras coloniais e, com isso, nossa ancestralidade africana é ainda desconhecida por nossa sociedade. No Brasil há a falsa idéia de que a ancestralidade de seu povo está fincada unicamente na cultura européia trazida pelo colonizador europeu.
A fim de disseminar a cultura representada nas idéias, nos costumes, na religiosidade, nas tradições, na forma de vida dos afro-descendentes, bem como na ancestralidade que ela representa para a formação de nossa sociedade, foi sancionada em 2003, pelo presidente da República, a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que trata da inclusão no currículo oficial da Rede Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro Brasileira,
Nessa temática, de fato, não pode ficar de fora a língua, os costumes e a religiosidade dessa grande massa populacional que foi trazida para o Brasil e que muito contribuiu para a formação de identidade brasileira. Como observou Rugendas em seu livro Viagens Pitorescas pelo Brasil, no Brasil encontravam-se “membros de quase todas as tribos da África”.
Sobre a religiosidade dos negros africanos, pode-se ensinar nas salas de aula, que elas influenciaram e influenciam até hoje a religiosidade do povo brasileiro. Os negros que aqui chegavam, com exceção dos negros muçulmanos, tinham forte crença em divindades – os Orixás. Negros de regiões diferentes cultuavam Orixás distintos. Apesar da tentativa de aculturação que o branco exercia sobre os escravos, essa crença, como os demais costumes africanos, era constantemente renovada pela