Shale Gas

O GÁS DE XISTO OU SHALE GAS ACIMA DAS PAIXÕES

Por Warlei Agnelo de Oliveira, M.Sc.
Energia barata é um dos ingredientes do desenvolvimento econômico. No início do século XX, os EUA passaram por um impressionante desenvolvimento industrial devido, entre outros fatores, à indústria do petróleo, com custos muito baixos e abundância (isto é apenas uma constatação histórica, não significa que deveríamos seguir o mesmo modelo, até porque a realidade econômico-ambiental é outra). Atualmente, o gás de xisto ou melhor, gás de folhelho ou shale gas é um energético fóssil que, na prática, não há mais como o mundo negá-lo.
Isto porque o shale gas, que está sendo explorado em larga escala nos Estados Unidos desde 2005, certamente provocará uma radical mudança geopolítica, pelo fato deles já terem conseguido reduzir sua dependência de petróleo importado e carvão, como mostram os números e as perspectivas da
Agência Americana de Energia [1].
Porém, a principal causa de dúvidas com relação a este novo energético reside nos impactos ambientais de sua exploração. É um gás natural não convencional e sua técnica atual de exploração é denominada de “fraturamento hidráulico” (fracking). Importante ressaltar que o shale gas é apenas um dos tipos de gás não convencional, como os hidratos de gás, o coal bed, o biogênico raso e o tight gas, que variam conforme a conformação geológica existente, e suas técnicas podem se diferenciar
[2].
Apesar desta técnica não ser recente, pois seus primeiros experimentos datam de 1947, não há provas científicas consistentes e cabais do grau de impacto desta técnica sobre o meio ambiente. E, devido a este limbo científico, emergem-se os “achismos”, vídeos e textos que se espalham pela Internet, sustentando uma dicotomia sobre o assunto, como se um assunto tão relevante como este pudesse ser tratado de forma futebolística, como um “Atlético x Cruzeiro”, ou o “nós contra eles”.
Segue então, um pequeno conjunto de informações