O autor do sermão da sexagésima, padre Antonio Vieira, começa conclamando seu auditório a ouvir o evangelho, pois foi esse evangelho que o havia feito sair de tão longe para estar ali. Introduzindo a parábola do semeador, ele diz que o texto não só faz menção do semear, mas também do sair. Continua dizendo que no dia da ceifa será medida não apenas a semeadura, mas também serão contados os passos do semeador. Ele diz que entre os semeadores do evangelho existem duas categorias, os que saem para outros países a semear e os que semeiam sem sair, mas ambos terão de prestar contas no dia do juízo. O autor diz que Cristo chama a atenção para o que diz a parábola na parte em que o semeador saiu a semear, mas não diz que ele voltou, pois o Espírito que o impulsionou a ir não o impulsionaria a voltar. Então ele fala que o semeador começou a semear. Parte do trigo caiu sobre os espinhos e foi sufocada, parte caiu sobre as pedras e secou por falta de umidade, outra parte caiu no caminho e foi pisada pelos homens e comida pelas aves. Parece que todas as criaturas do mundo haviam se armado contra aquela semeadura. E diante disso o que faria o semeador vendo o resultado do seu trabalho? Abriria mão de tudo? Mas diante de toda aquela situação o semeador não desistiu, prosseguiu seu trabalho e percebeu que os grãos haviam se multiplicado. Com isso o pregador se sente animado e esperançoso, por ver que mesmo falhando os primeiros trabalhos, o semeador viu os frutos dos últimos. Padre Antonio Vieira explica que a semente do semeador é a palavra de Deus, os espinhos, as pedras, o caminho e a terra boa são os corações dos homens, cada um diferente do outro. A terra boa é o coração onde a palavra entra e produz muitos frutos, cem por um. Diante do frutificar da palavra de Deus o pregador é tomado de dúvidas e admiração que o deixa confuso ao subir no púlpito, no sentido de que se a palavra de Deus é tudo isso, por que os frutos da palavra de Deus são tão