semana de arte moderna
Na estrada para Acapulco
“Nem nos meus mais delirantes sonhos poderia eu imaginar que um milhão de pessoas poderia ler uma obra escrita no meu quarto com as 28 letras do alfabeto como todo arsenal; pareceria uma loucura”
Gabriel Garcia Márquez
IV Congresso Internacional da Língua Espanhola, Cartagena das Índias, março de 2008
O escritor Gabriel García Márquez acena a jornalistas e vizinhos no dia de seu aniversário, no lado de fora de sua casa, na Cidade do México, em 6 de março. 06/03/2014
Foto: Edgard Garrido / Reuters
Garcia Márquez já fizera um tanto de tudo. Para desgosto da mãe, Luiza Santiaga, largara o direito para dedicar-se somente às letras. Abraçou o jornalismo profissional para melhor se intimar com as palavras e com gente ligada aos livros, suas duas paixões assumidas. Começando na sua Colômbia, não tardou para que, no tempo da ditadura do general Rojas Pinilla (1953-1957), o enviassem à Paris como correspondente, ideal de oportunidade insubstituível de qualquer intelectual latino-americano.
Desempregado, padeceu do conhecido roteiro comum aos “artistas da fome”, vagando por pensões e hotéis suspeitos onde, por vezes, viveu por favor. Com a erupção da Revolução Cubana de 1959, convidaram-no para assumir a Prensa Latina, órgão oficial do regime fidelista criado para contrapor-se à sempre hostil mídia norte-americana.
Mudou-se então por uns