Saudecoletiva
A
REFLEXÃO SOBRE A SAÚDE COLETIVA como um campo de conhecimentos e práticas
tem estado presente em muitos trabalhos ao longo dos anos que medeiam a sua institucionalização no final dos anos 1970 e sua trajetória até os dias atuais. Não faremos uma revisão detalhada desses estudos, mas muitos deles permearão esta apresentação, que pretende não somente resgatar a história, como, também, trabalhar conceitualmente as principais dimensões que configuram este campo. Como sabemos, a compreensão conceitual somente se estabelece à medida que se verifica a sua construção como uma realidade históri cosocial.
À história recente da Saúde Coletiva subjaz um passado que ultra passa as fronteiras nacionais e que necessita ser explicitado a fim de se compreender o projeto nacional que redundou na criação da Saúde Coletiva, tendo como cenário geral as mudanças trazidas com a instala ção de uma sociedade capitalista. Assim, faremos uma incursão às origens da medicina social/saúde pública; traçaremos um panorama da Saúde Coletiva no Brasil, com pletando com a sua conceituação.
ANTECEDENTES
Foucault (1979, p. 80) registra, em seu trabalho sobre as origens da medicina social, a sua procedência vinculada à polícia médica, na Alemanha, à medicina urbana, na França e à medicina da força de tra balho na Inglaterra. Essas três formas ilustram a tese defendida pelo autor de que "com o capitalismo não se deu a passagem de uma medi cina coletiva para uma medicina privada, mas justamente o contrário; que o capitalismo, desenvolvendose em fins do século XVIII e início do século XIX, socializou um