Saruuer

6356 palavras 26 páginas
Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Patrimônio cultural e latinidade, no 35, p. 117-135, 2008

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OBRAS INTRODUTÓRIAS À LEITURA DE SAUSSURE: O QUE FALAM E COMO FALAM DO CLG?
Gláucia da Silva Henge
RESUMO O presente artigo procura colocar em contraponto obras tomadas como introdutórias à leitura do Curso de Lingüística Geral (CLG) de Ferdinand de Saussure e o próprio texto do CLG. Como propostas para discussão estão o fato de ter ou não o curso um autor propriamente dito e o ponto mais discutido em todas as obras introdutórias: “a natureza do signo lingüístico e a noção de arbitrariedade”. PALAVRAS-CHAVE: Curso de Lingüística Geral, Manuais introdutórios, Leitura.

uitas vezes a leitura do Curso de Lingüística Geral1 (doravante CLG) é antecedida ou até substituída pela leitura de obras introdutórias ou manuais que abordam o CLG nos cursos de graduação. Surge então a dúvida: serão elas correspondentes aos temas abordados no curso? Trarão elas o registro do quanto o pensamento Saussuriano é complexo e fora sendo reformulado pelo autor ao longo dos seus cursos? A noção de autoria atribuída a Saussure repercute numa leitura homogeneizadora das idéias do mesmo? Abordarão os manuais a interferência (se há) dos organizadores do CLG e suas conseqüências? Quais noções são priorizadas pelos manuais e de que forma? Enfim, muitas outras questões podem ser levantadas a respeito dessa maneira de “apresentar” as idéias do mestre genebrino aos estudantes de lingüística e áreas afins, parece ser relevante e pertinente, portanto, que se lance um olhar mais detido a essas obras, ainda que de uma forma singela e breve.
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M

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Lingüística Geral. 27ª ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

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Henge, Gláucia da Silva. ObrasintrodutóriasàleituradeSaussure: o que falam e como falam do CLG?

O presente artigo procura trazer alguns dos tópicos colocados em contraponto pelas leituras dos manuais e do próprio CLG. Parte-se primeiramente da questão de

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