saber mais

O Globo Universidade desta semana fala sobre o dinheiro. O programa foi atrás de diferentes especialistas para saber como cada um deles – médicos, economistas, historiadores – percebe o dinheiro. Doutorando em Economia e pesquisador do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (Cecon) do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pedro Rossi falou sobre a importância da moeda na sociedade, da virtualização das formas de compra e de como o valor do dinheiro é uma convenção, baseada exclusivamente na credibilidade. “Assim como o dinheiro metálico se tornou coisa do passado, a tendência é que o futuro aposente o dinheiro de papel”, prevê Rossi.

Qual foi o impacto da criação do dinheiro para o desenvolvimento da economia?
O dinheiro é responsável pela constante transformação da nossa sociedade. Ele nasce para facilitar o processo de troca e assume três papéis fundamentais. O primeiro é de equivalente geral do valor de todos os bens existentes, ou seja, através do dinheiro torna-se possível comparar bens de natureza diferente. É portanto a unidade de conta do sistema. O segundo papel relevante é o de meio de troca, pois ele facilita transações que dificilmente ocorreriam sem ele, como, por exemplo, entre um pecuarista e um padeiro. Sem o dinheiro, a troca entre os dois seria de tal forma que o primeiro só poderia comprar pão quando o padeiro quisesse comprar um boi inteiro. Veja que o dinheiro proporcionou o advento do mercado de gado, onde o pecuarista vende seu boi e passa a ter dinheiro para comprar pão quando quiser. A última função do dinheiro é a de reserva de valor. Guardar dinheiro transporta o poder de compra através do tempo. Nesse sentido, o dinheiro é uma espécie de ponte entre o presente e o futuro.

No início, a moeda valia o quanto pesava em metal precioso. Aos poucos, o valor de face passa a não ter mais relação com o material que constitui a moeda e passa a ser apenas uma convenção social. É possível dizer