Rio e a olimpiada

Magia não transforma, maquia

Abracadabra e... os estádios olímpicos estão prontos e eficientes. Abracadabra e... os alojamentos dos atletas estão construídos. Abracadabra e... aeroportos e transportes públicos estão modernos e eficazes. Abracadabra e.. o mais importante: todos os problemas da cidade do Rio de Janeiro estão resolvidos, graças às olimpíadas de 2016. Um mágico não transforma um lenço em uma flor e nem tira um coelho da cartola da noite para o dia, é um longo processo de estudo e muito treinamento. Da mesma forma as olimpíadas não devem ser percebida com a fórmula mágica, com poderes de extinguir problemas que se arrastam há muito tempo na cidade do Rio de Janeiro. Não é possível em cinco anos resolver questões sociais, políticas e econômicas construídas em 500 anos, a não ser com muita demagogia. Da mesma forma que as operações urbanas também não podem ser consideradas fórmulas mágicas, porque, na teoria traz melhoria para toda a sociedade, mas na prática ambas tendem a privilegiar uma parte da sociedade, quase sempre a que tem mais recursos econômicos, a que detêm o poder. As olimpíadas podem trazer uma serie de benefícios ao Rio de Janeiro, como: uma melhor infra-estrutura na cidade; maior reconhecimento mundial; aumento do potencial turístico, gerando mais empregos e aquecimento econômico; diminuição da quantidade de pessoas de classes sociais mais baixas. Para tanto é necessário um controle minucioso do planejamento do evento, colocando os interesses públicos acima dos interesses privados. As ações governamentais devem ser pensadas muito além deste evento esportivo. Os projetos não devem ter como foco apenas o evento, mas sim um projeto que ajude a solucionar os problemas da cidade. Principalmente considerando os dados abordados no texto “Rio de Janeiro e Barcelona: os limites do paradigma olímpico” que afirmam que para as olimpíadas se concretizar será necessário um investimento de 28,8 bilhões de reais, sendo que