revolução francesa

DOM CASMURRO- Uma noite dessas encontrei no trem um rapaz que eu conheço de vista, ele recitou uns versos dele. Eu estava cansado, fechei os olhos umas três ou quatro vezes. Ele ficou amuado e no dia seguinte começou a chamar-me “Dom Casmurro”. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos, deram ênfase ao apelido e hoje muita gente me chama assim. Não consultes dicionários, Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas sim pelo fato deu ser um homem calado e pensativo. O dom veio por ironia. Tudo por estar cochilando! Sem querer o meu poeta do trem deu um nome para esta história. E agora digamos os motivos que me põem a pena na mão, vivo só com um criado, a casa em que moro é própria eu a fiz construir como uma reprodução da casa em que me criei na antiga Rua de Matacavalos tem o mesmo aspecto daquela outra que (pruu) desapareceu.
Começa a andar pelo auditório e chega ao centro onde esta sua família parada.
DOM CASMURRO- Meu fim evidente era atar as duas pontas da vida e restaurar na velhice a adolescência, pois senhor não consegui recompor o que foi, nem o que fui. Mas em tudo seu rosto é igual, a fisionomia é diferente, se só me faltassem os outros... Vá um homem consolasse mais ou menos das pessoas que perde. Mas falta eu mesmo e esta lacuna é tudo. Não sabia o que escrever, quis variar, pensei em escrever um livro sobre filosofia ou politica, depois pensei em escrever um historia dos subúrbios, mas exigia documentos e datas e me faltava as forças necessárias. Sim Nero, Augusto, Massinissa e tu grande Cesar agradeço-vos o conselho, vou colocar no papel as reminiscências que me vierem vindo, assim viverei de novo o que vivi. Comecemos por um célebre tarde de novembro que eu nunca esqueci, tive muitas outras, melhores e piores, mais aquela, nunca se apagou do meu espirito é o que vais entender assistindo.
JOSE DIAS- Dona Glória insiste na ideia de meter nosso Bentinho no seminário? Já está passando da hora e pode haver dificuldade.