Resumo - sociedade de esquina - william foote whyte

RESUMO
Capoeira e alteridade: sobre mediações, trânsitos e fronteiras

Neste texto, a autora Sonia Duarte, tem como objetivo entender como se dão as relações dentro do que chama de “mundo” da capoeira e como ele parece constituído a partir de um território de trânsitos contínuos entre diferentes realidades. Para isso, utiliza-se do exemplo do mestre Muca e sua história de vida enquanto capoeirista. Nesse sentido a autora identifica que o tal “mundo” da capoeira possui dois momentos em que estas mediações e trânsitos ocorrem, são eles os treinos e a rodas. Os treinos são os momentos em que um mestre se reúne com seus alunos, por isso apresenta um caráter mais privado. Já as rodas são momentos públicos, geralmente em espaços abertos que reúne vários mestres e alunos de diferentes coletivos. Outro aspecto levantado pela autora sobre a capoeira é a ideia de “mandiga”, que segundo ela resume algumas qualidades definidas pelos capoeiristas como: “ginga, manemolência, malícia, esperteza, e malandragem” (p.173). Assim, o jogador “mandingueiro” seria aquele capaz de demonstrar que caso fosse sua vontade poderia ter atingido o adversário. Isso nos chama atenção para outro aspecto interessante trazido pela autora, essa ambiguidade existente entre a luta e o jogo. Ou seja, a impressão que fica dos treinos é a de que os alunos estão sendo preparados para um enfrentamento físico de fato, no entanto, nas rodas evita-se ao máximo este enfretamento. Nas palavras da autora:
“É mais ou menos como se ensinassem e aprendessem os golpes não para aplica-los, mas para que se produza uma sensação quase igual àquela que se experimentaria se fosse para valer” (p.174)
A autora observa também, no mundo da capoeira, um “complexo e dinâmico quadro de mútuas acusações entre si” (p.174). Isto quer dizer que, estão sempre buscando nas oposições a legitimidade de um determinado modo de se praticar a capoeira, o que geralmente significa legitimar o próprio grupo que compartilha um tipo de