Resumo: NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física: por dentro da sala de aula: conversando sobre o corpo. São Paulo: Phorte, 2004.

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NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física: por dentro da sala de aula: conversando sobre o corpo. São Paulo: Phorte, 2004.

Dualidade Corpo e Mente: tenho um corpo ou sou um corpo?

O rompimento com a Idade Média nomeada por muitos como “fim da transcendência” e “morte de Deus”, sinaliza o abandono da ideia de corpo como lugar sagrado para abrigo da alma. Com o Iluminismo, instaura-se o império da mente e o processo de racionalização chega ao corpo. Profano, o corpo materializado e sem alma, sob a lógica cartesiana, é passível de dominação. As novas tecnologias, principalmente a partir da decifração de 97% do genoma humano, são caminhos para a sujeição do corpo. O Ocidente por meio de uma ciência intervencionista manipula o corpo seja para sobrepujar a morte ou para fins estéticos, transfigurando-o ao bel prazer da mente.
O corpo é prisão da mente e fardo biológico passível de doença e morte, porém diante das novas tecnologias ele deixa de ser fronteira identitária para o indivíduo. O cyber espaço sinaliza a possibilidade de libertação às amarras físicas e biológicas, porque no mundo de sensações digitais, as fronteiras identitárias do corpo (idade, sexo, doenças, deficiência etc.) não marcam diálogo com o virtual, movem-se livremente em um universo de dados. A experiência virtual é vista como promotora da sensação de liberdade ante às coerções habituais do corpo. Nessa perspectiva, o sujeito reduz-se às informações que fornece e não é mais prisioneiro de um corpo biologicamente determinado. “A própria sexualidade transforma-se em textualidade; espaço de jogo, o virtual possibilita a livre experimentação de papéis proibidos na vida real”.
Limitador das possibilidades da mente, o corpo deve então ser superado, pois este não acompanha o ambiente tecnológico e informativo que criou. A máquina, segundo Breton (idem), é compreendida pelos entusiastas da tecnologia como salvação da humanidade. Partindo-se do entendimento do corpo como máquina indiferente ao espírito,

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