Resumo gatos pardos da noite
No começo da madrugada, os policiais começaram uma ação para prender um ladrão. As informações diziam que o criminoso estava num barraco de tábuas, onde dormia em alerta, com dois revólveres e bolsos cheios de munição de prontidão.
Naquela hora a rua ainda estava muito escura, por que não havia iluminação nas ruas, nem uma mínima lua para iluminar. Com todo o cuidado, os policiais saíram da viatura com armas carregadas e bateram na porta do barraco suspeito.
Dentro do barraco tinha uma moça de dezenove anos, chamada Maria do Rosário, que acordou assustada. Não tinha ideia de que a autoridade queria com eles tão tarde. Com medo, chamou o marido.
Sonolento, ele demorou a entender o que a mulher e os homens, do lado de fora, falavam. Estavam batendo perto da janela, e nos fundos. Parecia que o barraco estava cercado. O marido não acreditava que fosse a polícia, por isso não ia abrir porta nenhuma, tinha uma mulher e o filho em casa.
De repente os tiras se jogaram dentro do barraco atirando. Não houve reação, a não serem gritos e mais choro. Nesse momento, uma pequena bala de chumbo era atirada para fora do cano de um revolver oxidado, voando pela escuridão.
Depois disso, uma viatura encostou-se ao barraco com os faróis ligados. Maria do Rosário também acendeu a lâmpada para iluminar o local. O marido estava coberto por uma curiosa cor levemente esverdeada e suas mãos estavam presas por algemas. Seus dedos apontavam para a carteira de trabalho no fundo da gaveta. Não era o ladrão.
Maria do Rosário correu para o berço. Com um pequeno furo na cabeça, onde estava a bala, seu filho de 18 meses acabava de morrer. Nenhum dos policiais se sentia culpado, por que, dentre tantas balas, seria difícil saber o dono. O dedo no gatilho foi uma operação de rotina.
Mais tarte, o policial tomava café com sua esposa e os filhos e explicava: Foi um acidente. E completou: à noite todos os gatos são