Resumo Escola Dos Annales
EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE
DISCIPLINA: DIÁLOGOS ENTRE O LOCAL E O REGIONAL
Prof. Rejane da Silveira Several
RESUMO DO LIVRO: A ESCOLA DOS ANNALES- 1929-1989
(A REVOLUÇÃO FRANCESA DA HISORIOGRAFIA) – PETER BURKE
Luciméri Moresco
Canela, 28 de junho de 2013.
INTRODUÇÃO
Em seu famoso livro sobre a história da historiografia, Fueter chama a atenção para o fato de que toda nova abordagem histórica se origina de um acontecimento que determina o rumo da própria história. A insatisfação que os jovens Marc Bloch e Lucien Febvre demonstravam, nas décadas de 10 e 20, em relação à história política, sem dúvida estava vinculada à relativa pobreza de suas análises, em que situações históricas complexas se viam reduzidas a um simples jogo de poder entre grandes – homens ou países – ignorando que, aquém e além dele, se situavam campos de forças estruturais, coletivas e individuais que lhe conferiam densidade e profundidade incompatíveis com o que parecia ser a frivolidade dos eventos. Se a história, como sempre pretendeu Febvre, era filha de seu tempo, não seria possível continuar a fazer esse tipo de história convencional que nem correspondia aos anseios de uma humanidade que vivia, nessas décadas, momentos de convulsões e rupturas com o passado, nem conseguia responder satisfatoriamente às exigências do novo homem que daí surgia.
1- O ANTIGO REGIME NA HISTORIOGRAFIA E SEUS CRÍTICOS
Lucien Febvre e Marc Bloch foram os líderes do que pode ser denominado Revolução Francesa da Historiografia. Para interpretar as ações dos revolucionários, contudo, é necessário conhecer alguma coisa do antigo regime que desejavam derrubar. Para sua descrição e compreensão, não é suficiente permanecer nos quadros historiográficos restritos da situação francesa do início do século, quando Febvre e Bloch eram estudantes. Torna-se necessário examinar a história da historiografia na sua longa duração.