Resiliência: fator essencial omitido na avaliação e gestão da saúde ocupacional
Eduardo A.C. Garcia
RESUMO
O trabalho, fator de sobrevivência e auto-realização, deveria ser planejado-gerido e realizado dentro de certos e conhecidos estados de equilíbrios dinâmicos característicos do bom funcionamento do organismo do trabalhador, da saúde ocupacional “normal”, condicionadora de o que fazer em função de habilidades e competências desse organismo e de o como fazer, por que a tecnologia e as condições de trabalho são ergonomicamente consistentes. 1 Co frequência, esses equilíbrios e a capacidade do organismo para responder às exigências e mudanças no ambiente de trabalho não são devidamente conhecidos ou se conhecidos não adequadamente considerados: parte do problema. Nessa desconsideração ou omissão há múltiplas e interrelacionadas causas que levam a um estado abstrato e circunstancial, o do estresse ocupacional, caracterizado por tristeza profunda; ansiedade e agitação; distúrbios como os que ocorrem no sono, no peso / apetite; falta de concentração e incapacidade para se desligar do trabalho e por enfermidade somáticas como são as úlceras gástricas (...); afeta-se, dessa forma, o tubo digestivo, uma caixa de ressonância de emoções através de vias nervosas, hormonais e enzimáticas que, pela desorganização de funções digestivas e mudanças patológicas, compromete-se a saúde ocupacional. Comprometimento que pode estar ligado ao acelerado desenvolvimento tecnológico, à gestão do trabalho e a intensa concorrência, não apenas em âmbitos hospitalares, mas também na vida cotidiana, que transcende, - esse estado de tensão do organismo obrigado a enfrentar riscos, capacidades de ajustes às exigências e mudanças. Os objetivos se orientaram para a obtenção de dados de fontes primárias (aplicação do teste de Lipp ou Inventário de Sintomas de Estresse) e secundária (pesquisa documental) para estudar aspectos da resiliência na saúde ocupacional de médicos intensivistas e