Resenha: ‘‘a odisseia do olhar de theo angelopoulos

Universidade Federal do Paraná Departamento de História Graduação em História- Memória e Imagem Disciplina de História Antiga Professora: Renata Senna Garraffoni Alunas: Ana Luíza Tavares Bruinje, Beatriz Virmond Cristina Maria Coelho Moskwyn

RESENHA: ‘‘A Odisseia do olhar de Theo Angelopoulos ’’

O texto de Maria Cecília de Miranda Nogueira Coelho - Doutora em Letras Clássicas pela USP e pesquisadora nas áreas de retórica, estética e cinema – é a versão ampliada da comunicação apresentada no Simpósio Temático “A relação cinema, história e filosofia” e publicada nos Anais do III Simpósio Nacional de História Cultural/ANPUH – Florianópolis, de 18 a 22 de setembro e 2006. A autora dedica-se a analisar três filmes do diretor grego Theo Angeloupoulos, O passo suspenso da cegonha, Um olhar a cada dia e A eternidade em um dia. Para tanto utiliza de elementos da narrativa e aspectos da obra para buscar a particularidade autoral do diretor em retratar o cidadão grego de forma muito particular e inserida em um contexto maior do que normalmente é retratado em outras obras. Primeiramente apresenta Theo – nascido em Atenas em 1935, cineasta renomado embora de cinematografia reduzida composta por 14 filmes produzidos desde 1968. Com temáticas recorrentes, a obra de Angeloupoulos é usualmente dividida em trilogias, trilogia da história grega, trilogia do silêncio, trilogia da desilusão. No entanto a análise de Maria Cecília sobre a chamada trilogia da desilusão acaba por questionar essa classificação. Explorando temas como o sofrimento humano, a realidade política grega no século XX, e utilizando ao mesmo tempo fatos concretos e elementos míticos, o diretor imprimiu uma assinatura às suas obras que o transformou em um cineasta famoso e respeitado. Mesclando a narrativa mítica ao sentimento de universalidade, encontramos nos filmes de Angeloupoulos reflexões sobre o mundo globalizado, as influências culturais e linguísticas que afetam e transformam a identificação do povo