Resenha SAÚDE COLETIVA

Os autores iniciam o texto trazendo um panorama da segunda metade do século XX, período no qual teriam ocorrido rápidas e profundas transformações na sociedade, com destaque para a globalização e o aumento das desigualdades entre os povos e grupos sociais. Argumentam que naquele período as discussões sobre a extensão dos serviços de saúde ampliam-se, todavia sofrem significativa influência das ideologias neoliberais. Identificam ainda que neste momento histórico ocorre a instalação de uma “crise da saúde pública”. Como superação para a crise urgiria o surgimento de novos paradigmas no campo da saúde pública.
Em seguida, a atenção é chamada para a questão da saúde no âmbito público-coletivo-social e as propostas de ações subsequentes. Aqui a compreensão é de que com o surgimento do campo da saúde coletiva na América Latina identificam-se novos pontos de encontro com os movimentos de renovação da saúde pública institucionalizada, permitindo assim, uma oportunidade de incorporação do complexo “promoção-saúde-doença-cuidado” em novos paradigmas.
Ao tratar sobre os movimentos no campo social da saúde, são tragas as definições formuladas por Terris, Frenk e Testa, porem os autores argumentam que tais definições não são capazes de dar conta do essencial dos campos científicos e seus respectivos âmbitos de práticas, todavia ainda assim seria necessário a contextualização das práticas e discursos que nos últimos cinquenta anos constituem o campo social da saúde bem como seus efeitos sobre a estruturação dos discursos oficiais nacionais e internacionais.
Ao fazer uma arqueologia da área da saúde identifica-se que os discursos sociais acerca da mesma remontam à segunda metade do século XVIII, na Europa Ocidental, em um processo histórico de disciplinamento dos corpos e constituição das intervenções sobre os sujeitos. Posteriormente com a revolução industrial postula-se que a participação política é a principal estratégia de transformação da realidade de saúde, posto que a