Resenha Problema da Impresa

A dúvida entre educar e vender, uma solução do governo

Problematizando o que nos dias de hoje nos parece algo insolúvel, Barbosa Lima Sobrinho conta a história da imprensa e como os possíveis problemas surgiram e como podem ser resolvidos, em sua obra “O problema da imprensa”.
Começando com o desenvolvimento do periodismo, Sobrinho nos lembra da censura prévia que era exercida pelo clero, universidades e academias científicas no século XVII, ilustrando bem a hierarquia daquela época. Para driblar a censura surgiram assim as gazetas manuais que por serem escritas a censura não era capaz de avaliar, talvez o primeiro vestígio de paixão pelo jornalismo seja esse.
Por não ser um livro tão recente, de 1923, é possível considerá-lo contemporâneo, o autor já intitulava naquela época a mídia como “quarto poder”, tal é a sua influência sobre a opinião pública. Sobrinho dizia que essa influência refletia a falta de educação do povo. O que segundo a Teoria Crítica dos estudiosos da escola de Frankfurt seria perigoso, pois a ideologia dominante iria ser aceita com mais facilidade.
Na verdade a imprensa foi para o lado inverso da ideologia dominante, por isso foi sempre fortemente reprimida pelos governos. Começando a falar sobre, o que o autor chama de problema da imprensa, a moderação nas publicações seria algo crucial para manter a harmonia da sociedade com a mídia, porém a maneira encontrada pelo governo foram as leis punitivas e não preventivas. Refletindo assim uma cultura social, como é citada no texto a frase do antigo senador Tobias Monteiro “os povos têm a imprensa que merecem”, pois só o sentimento popular é capaz de libertar ou prender a imprensa.
Por essa dependência mútua da imprensa com o público é difícil dizer de quem é a culpa quando há muita violência na linguagem publicada. O papel social da mídia é educar e informar o povo, mas a partir do momento que se enxerga a mídia apenas pela lógica econômica nosso sistema capitalista nos força a vender