Resenha livro 1 cap.13 - ética a nicômaco (aristóteles)
Compreender e dominar a ação de agentes sensoriais que, de forma inexorável, imputam no caráter humano marcas indeléveis. Isso foi, por um bom período, causa de inquietação entre uma gama de importantes filósofos – dentre outras classes de homens comprometidos com o a produção do saber – e, ainda hoje, é combustível fomentador de profundas e infindáveis discussões tanto no meio acadêmico como fora dele. Uma análise mais acurada da Ética a Nicômaco, obra do filósofo grego Aristóteles, nos remete a pensar em alguns aspectos concomitantemente intrínsecos e inerentes ao homem. São discussões acerca da alma, da virtude, do bem, da política e tantas outras importantes abstrações que, dentro dessa perspectiva, apontam a complexidade que faz do homem um ser único dentro do universo dos seres vivos. A forma de organização das relações desses homens entre si é terreno fértil para a eclosão dessas abstrações, uma vez que nem a ciência, tampouco a política foram capazes de estabelecer uma convivência verdadeiramente pacífica entre eles. Nesse contexto, a Ética a Nicômaco faz-se atual justamente por colocar em suspenso questões dessa envergadura.
Aristóteles, no capítulo XIII, livro I, discorrerá principalmente acerca da virtude, sobre a alma e ainda, em menor proporção, sobre a felicidade e a política. Ele inicia com a retomada da discussão acerca da felicidade. Com o intuito de ter uma melhor visão sobre ela, é proposta uma investigação sobre a virtude; partindo do pressuposto de que o político é um homem virtuoso, ele seria então o objeto dessa investigação. Como o que se relaciona à virtude humana diz respeito à alma, então, o político – por ser ele virtuoso – deve conhecê-las tão bem quanto outros tipos de profissionais dominam a sua área, haja vista a superioridade da política em relação a qualquer outra. Aristóteles também propõe uma divisão da alma em duas partes: uma