Resenha do Livro O Longo Amanhecer

O Longo Amanhecer: Reflexão sobre a formação do Brasil

Celso Furtado nasceu em 1920, na Paraíba. Formou-se em Direito pela Universidade do Brasil, fez Doutorado em Economia pela Universidade de Paris-Sorbonne e pós-doutoramento em Cambridge, na Inglaterra. Foi ministro do Planejamento, no governo João Goulart, e, ao retornar do exilio, ministro da Cultura. É membro da Academia Brasileira de Letras. Neste livro Celso Furtado lança um olhar crítico sobre as instituições que estão se redefinindo, neste tempo de avanço tecnológico desenfreado, e fala sobre a perda do sentido de bem-estar coletivo em detrimento do bem-estar mercantil. O livro pode ser lido como o manifesto de um homem que estuda o Brasil há mais de cinquenta anos.
A Busca de Novo Horizonte Utópico “A visão do processo econômico somente deixa de ser simplesmente virtual quando adquire consistência política, capta os sistemas de dominação social que prevalecem”. (pag.13) [...] “Limitamo-nos a assinalar que a lógica desse processo sofreu profundas mutações à medida que a ideologia do bem-estar coletivo foi perdendo força, suplantada pela racionalidade mercantil”. (pag.13) “A prática da social-democracia produziu resultados bem diversos: exacerbação da competividade levou a criatividade a extremos, com hipertrofia da inovação de produtos, o que alimenta o consumismo. [...] “O ideal Keynesiano de pleno emprego foi abandonado, o que acarretou a degradação do tecido social com aumento da criminalidade e enfraquecimento da coesão comunitária”. (pag.14) “Essa visão utópica constitui tão somente um exercício de lógica inspirada no princípio de que o progresso é imanente à vida social e se manifesta sempre que o homem se deixa guiar pela razão”. [...] “A globalização seria, portanto, a porta de acesso à estrada real que conduz ao uso pleno das potencialidades humanas, ou, para usar um conceito moderno, sinalizaria o fim da história”. (pag.16) [...] “No caso do Brasil, que mantém grande disponibilidade